domingo, 19 de setembro de 2010

Banhar-se

Quando entro deixo tudo. Todas as coisas pesadas, sujas, as que me causam medo, que me pesam nos ombros. A angústia, as roupas e também o calçado. Sobra só a essência, a indecência... a parte mais pura e crua. Livre de medos e manias, livre de tudo.

Então abro para que percorra, escorra, abro e fecho, afasto, abraço, encaixo e deito e sento, subo e cresço; invocando todos os seres que me compõem.

Elevo todo o meu corpo e alma. Simples e como são, no teu desejo de ser que basta!

Corpo, és a máquina que mais me encanta. À qual mais me entrego, integro de forma singular... Mente corpo e espírito.

Fica tudo tão limpo, tudo tão leve...da cabeça aos pés. Alcança os pequenos orifícios, curvas e faz-se pertencer inteiramente ao momento. Inigualavelmente.

Por tudo isso, troco-te por muitos, muitos outros eventos.

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